IHá meio século, o pesquisador senegalês Cheikh Anta Diop colocou a questão da negritude do Egito e da anterioridade das civilizações negras. Hoje, é da América do Norte que ouvimos os ecos de tal desafio à história escrita pelos brancos. Existem muitos temas. Não somos todos filhos de uma Eva negra? Não foi a primeira civilização africana, irradiando-se então de seu berço egípcio à Grécia clássica? A deusa Atena não tinha origem negra? Os hebreus não tinham a Etiópia como sua verdadeira pátria? A reescrita do passado africano, vista à luz do Egito faraônico, dá lugar a uma releitura do passado europeu. As humanidades greco-latinas se opõem às humanidades negro-egípcias. Jovens negros das metrópoles dos países do norte aprendem hieróglifos e cantam contra a Babilônia dos Brancos. E nos países do Sul, os Bantus são considerados equivalentes dos Arianos. Mais adiante, a América teria sido descoberta e povoada por negros, já presentes nas civilizações pré-colombianas. Toda historiografia acadêmica é, portanto, suspeita de uma conspiração planetária contra os povos negros, cujo patrimônio cultural teria roubado para melhor escravizá-los. Essa ciência chamada eurocêntrica é, portanto, desafiada por uma história mundial afro-centrada. O objetivo deste livro é compreender melhor a argumentação desta corrente, discutir suas fontes e métodos, compreender suas motivações e analisar suas redes, sem esquecer os séculos de opressão e a discriminação pesa sobre a condição negra, nem as aspirações atuais por um renascimento negro.
Afrocentrisms (Homens e sociedades)
Funcionalidades
Data de lançamento | 2020-05-04T00:00:00.000Z |
edição | edição 3e |
Língua | francês |
Número de páginas | 410 |
Data de publicação | 2010-01-09T00:00:00.000Z |
Formato | Kindle Ebook |